O Reino Unido publicou um roteiro para a sua transformação digital

O sistema fiscal do Reino Unido está em plena transformação. A HM Revenue and Customs (HMRC), a agência responsável pela cobrança dos impostos que financiam os serviços públicos, lançou um ambicioso roteiro para modernizar a forma como os impostos e as alfândegas são geridos no país.
Com um forte investimento em tecnologia, inteligência artificial e digitalização, a HMRC procura simplificar os processos, melhorar a experiência do contribuinte e colmatar o défice fiscal, adaptando-se simultaneamente a um mundo cada vez mais automatizado e ligado.
Roteiro para a Transformação Digital do Reino Unido
A HM Revenue and Customs (HMRC), a agência encarregada de cobrar os impostos que financiam os serviços públicos do Reino Unido, está a passar pela sua mais profunda transformação em décadas. No centro desta renovação está um objetivo claro: modernizar o sistema fiscal e aduaneiro para impulsionar o crescimento económico, melhorar a experiência do contribuinte e reforçar o cumprimento das obrigações fiscais.
A HMRC e o Departamento de Negócios e Comércio (DBT) lançaram uma consulta conjunta em 2025 para recolher opiniões sobre a normalização da faturação eletrónica e aumentar a sua adoção entre as empresas e o setor público do Reino Unido.
Agora, a HMRC está a lançar um roteiro para a Transformação Digital, que estabelece as bases para um objetivo a longo prazo: construir um sistema fiscal e aduaneiro que se integre perfeitamente na vida quotidiana das pessoas e nas operações das empresas. Trata-se de um modelo baseado na simplicidade, com processos otimizados graças a tecnologias como a inteligência artificial (IA), uma melhor integração dos dados e serviços digitais mais acessíveis. Para a maioria dos contribuintes, isto traduz-se em interações mais rápidas e claras com a HMRC. Não se trata apenas de uma atualização tecnológica, mas de uma reinvenção completa do sistema fiscal.
Um marco importante será a integração da Valuation Office Agency (VOA) na HMRC, prevista para abril de 2026. A VOA é fundamental para o sistema de imposto predial em Inglaterra e no País de Gales, e a sua introdução reduzirá os custos administrativos em 5-10% e melhorará os serviços prestados aos contribuintes e às empresas.
Um dos sinais mais visíveis de mudança é a passagem para um modelo digital. Até 2030, a HMRC espera que, pelo menos, 90% das interações com os contribuintes sejam digitais, em comparação com os atuais 76%.
Para tal, é necessária uma revisão profunda das infraestruturas. Muitos dos sistemas informáticos da HMRC estão obsoletos e a sua modernização é uma prioridade. Serão feitos investimentos em plataformas de dados, inteligência artificial e cibersegurança para simplificar os serviços e detetar incumprimentos em tempo real. Está igualmente prevista a simplificação das regras fiscais e dos limiares de declaração, tornando mais fácil a compreensão das obrigações fiscais.
Neste contexto, um dos pilares das reformas é a digitalização dos processos administrativos e fiscais, sendo a faturação eletrónica um instrumento fundamental para avançar para uma gestão mais ágil, transparente e eficiente. O objetivo é reduzir os encargos administrativos, melhorar a rastreabilidade das transações comerciais e combater a fraude fiscal, aumentando, ao mesmo tempo, a eficiência operacional das organizações.
A implementação de um sistema de faturação eletrónica irá provocar uma transformação significativa nos procedimentos quotidianos das empresas britânicas. Esta mudança está em consonância com as tendências já estabelecidas em muitos países da Europa e noutras regiões do mundo, onde a faturação eletrónica se tornou uma norma que facilita a automatização de processos e reforça a transparência financeira.
A longo prazo, o objetivo é um sistema fiscal que se ligue naturalmente às ferramentas digitais que as pessoas e as empresas já utilizam. Do software de contabilidade integrado às novas tecnologias de pagamento, a HMRC pretende que o cumprimento das obrigações fiscais se torne automatizado e quase invisível. A IA desempenhará um papel cada vez mais importante: desde ajudar a responder a perguntas até resumir chamadas e apoiar os funcionários nas suas tarefas administrativas.
Com ferramentas mais inteligentes, processos mais simples e uma abordagem centrada no contribuinte, a HMRC está a preparar-se para criar um sistema fiscal mais justo, mais acessível e preparado para o futuro.
Estratégia de digitalização no sistema de saúde do SNS
O Ministério da Saúde do Reino Unido (DH) está a implementar uma estratégia de contratação eletrónica para o Serviço Nacional de Saúde (NHS) e os seus fornecedores. A chave é racionalizar e tornar mais eficiente o processo de aquisição de bens e serviços.
Esta iniciativa visa transformar profundamente a gestão das aquisições no setor da saúde, tornando-a mais ágil, eficiente, transparente e segura. O objetivo é automatizar totalmente o intercâmbio de documentos-chave na cadeia de abastecimento, tais como encomendas, faturas, notas de crédito, notificações de envio e também dados de produtos. A digitalização destes processos não só reduz o tempo e o erro humano, como também permite uma rastreabilidade muito mais exata dos recursos, o que é essencial em ambientes hospitalares, onde a eficiência pode ter um impacto direto nos cuidados aos doentes.
Um pilar fundamental desta estratégia é a adoção obrigatória de normas internacionais como a GS1 e a Peppol. Estes quadros técnicos garantem a interoperabilidade entre diferentes sistemas, permitindo que os prestadores do SNS comuniquem sem fricções tecnológicas, independentemente das suas plataformas. Ao trabalhar com estas normas globais, o DH está a garantir que a modernização do sistema de saúde do Reino Unido está alinhada com as melhores práticas internacionais em matéria de gestão da cadeia de abastecimento.
Neste contexto, a EDICOM posiciona-se como um aliado estratégico fundamental. Como ponto de acesso Peppol acreditado, oferece uma solução completa que responde a todas as exigências técnicas e regulamentares da estratégia. A sua plataforma fornece um catálogo eletrónico aprovado pela GS1 e serviços de automatização que permitem uma integração perfeita das mensagens EDI diretamente nos sistemas ERP dos fornecedores. Isto não só acelera os processos, como também liberta recursos humanos e melhora o controlo das operações, facilitando a evolução para uma gestão verdadeiramente digital dos cuidados de saúde.